Pessoa e as personalidades

"Eu vejo diante de mim, no espaço incolor, mas real do sonho, as caras, os gestos de Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos."

Nascido a treze de junho do ano de 1888, na capital de Portugal, Fernando Pessoa marca a história da literatura, em particular a da poesia. Além de poeta modernista e prosador, este foi também filósofo, crítico literário e dramaturgo e desenvolveu interesses em variadas áreas, entre elas o misticismo.

Ao longo da sua vida enfrentou várias adversidades, como, com apenas sete anos, ir viver com o padrasto para a África do Sul, acompanhado da mãe. Pessoa adaptou-se à língua inglesa, chegando até a criar o pseudónimo Alexander Search e nesse idioma publicar três das quatro obras expostas em vida. Com dezassete anos, parte novamente para Lisboa, no entanto, não alcança o objetivo de finalizar os estudos, deixando o Curso Superior de Letras incompleto. Por não ser de uma família privilegiada, o trabalho acompanhou a sua existência.

Já em 1915 desenvolve um projeto de grande sucesso contraditório e escandaloso, a Revista Orpheu, em colaboração com dois amigos, que conheceu nas tertúlias, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros. Esta era uma revista que tendia a sair "das calhas de roda". Após o dia trinta de novembro de 1935, a data do seu falecimento, foram descobertos milhares de rascunhos e poemas que ainda não se encontram todos devidamente analisados e estudados.

É impossível negar que Fernando Pessoa, apesar de ser somente um homem, entregou à literatura heterónimos que têm personalidades e traços próprios. Entre eles Alberto Caeiro, com uma escrita comparável a Cesário Verde, Ricardo Reis, que mais tarde deu origem a uma obra de José Saramago e Álvaro de Campos, autor de "Tabacaria". É por isso, e muito mais, um autor que realmente tinha nele "todos os sonhos do mundo."

Morgana Pereira :)